A cena da música electrónica sul-africana só conseguiu encontrar o seu caminho a partir dos meados dos anos 90. Enquanto Nelson Mandela e outros presos políticos davam os seus primeiros passos como cidadãos livres na primeira metade da década, os boicotes culturais à arte sul-africana foram levantados por muitos países. Quase simultaneamente, a música de outros países tornou-se mais facilmente acessível localmente. Isto não só significou que a música electrónica poderia ser importada para o país, mas também que as tendências globais influenciariam a cena musical sul-africana, ajudando a dar origem à música Kwaito e a lançar as carreiras de produtores e DJs que agora são referências.
Na gíria sul-africana, “born free (nascido livre)” denota alguém que, nascido após o início da democracia, não experimentou o apartheid nem mesmo quando criança; “ma 2000” é um termo utilizado para designar jovens que nasceram depois do ano 2000. Ambos os termos são frequentemente usados de forma paternalista, com conotações de imaturidade associadas a eles. Ironicamente, na opinião dos leigos, a adversidade socioeconómica do apartheid ainda é valorizada acima de apenas ter experimentado a democracia.
Na linguagem comum, os dois produtores que compõem Native Soul seriam considerados “ma2000”, por causa da idade deles. Kgothatso Tshabalala tem 19 anos e Zakhele Mhlanga (DJ Zakes) tem 20. No entanto, seu primeiro álbum de música eletrônica, Teenage Dreams, não pode ser descartado como um projeto que mostra sua idade. Longe disso. Teenage Dreams apresenta um som jovem e experimental, mas o arranjo de cada música e a forma como cada uma das partes compostas do projeto são montadas demonstram uma maturidade artística que vai além das respectivas idades dos dois produtores.
Um primo de Tshabalala apresentou os dois em 2016. Native Soul foi formado em 2019. Até então, cada um deles produzia música em diversos estilos, incluindo hip-hop, diferentes tipos de house e também amapiano. Eles decidiram que com Native Soul, seu foco seria no amapiano – um movimento de música eletrônica que, até então, havia começado a dominar tanto a cena musical mainstream quanto a underground na África do Sul.
Amapiano é um movimento de música eletrônica criado pela primeira vez nos municípios ao redor das principais cidades da província de Gauteng, na África do Sul. O estilo empresta de vários gêneros que foram populares nas cidades sul-africanas durante e após o apartheid, incluindo jazz, folk, afro, deep e tech house, kwaito, dibacardi e outros. Além de homenagear todos os seus antecessores, o amapiano também possui características inteiramente de sua autoria, que o diferenciam de sua linhagem musical. A mais reconhecível delas é a bateria feita de linhas de baixo que se projetam como um bolso virado para fora da calça.
Parte do que tornou o amapiano tão impactante na cena musical sul-africana é o espírito DIY por trás dele. Tshabalala e Mhlanga vivem na área metropolitana de Pitori, que circunda a cidade de Pretória. Mas eles estão a uma distância geográfica significativa um do outro, tornando raras as sessões em estúdio. “Meu parceiro e eu moramos longe um do outro, então raramente temos sessões de estúdio”, diz Mhlanga. “Na maioria das vezes, quando trabalhamos em alguma coisa, ou eu inicio um projeto ou ele o faz e enviamos o trabalho um para o outro pela internet para acréscimos e finalização. Mas quando estamos juntos, eu fico ocupado com as teclas e ele na bateria.”
Para Tshabalala, a bateria é a base sobre a qual se constrói a criação de novas músicas. “Eu começo com a bateria quando começo uma música”, diz ele. “As melodias vêm depois da bateria. DJ Zakes (Mhlanga) geralmente cuida da linha de baixo nos projetos que eu envio para ele.” O processo é orgânico para ambos os artistas, optando mais por se inspirar no processo do que por ter uma ideia definida. “Eu não preciso necessariamente de inspiração para ter uma ideia de música”, continua Mhlanga, “eu toco o que tenho vontade de tocar no momento e então todo o resto vem”.
Em seu álbum de estreia lançado pela Awesome Tapes From Africa, Native Soul demonstra a profundidade do poço musical que os inspira. O ritmo arrastado e os acordes de sintetizador em "Way to Cairo", a segunda música do álbum, lembram um certo tipo de Kwaito popular na cultura pantsula. O aceno mais perceptível ao Afro House em Teenage Dreams vem na forma da bateria percussiva de “Dead Sangoma”. Da mesma forma, o apropriadamente chamado “United As One” carrega um toque de Sing It Back de Moloko, que foi lançado em 1999, tornou-se um hino na África do Sul e continua a representar a belle époque da música eletrônica no país.
Falando sobre a evidente falta de vocais no projeto, Mhlanga diz “Os vocalistas são escassos na minha área. Normalmente crio um projeto e se um vocalista quiser colaborar, dou-lhe o mesmo projeto para levarmos adiante.”
Não há nenhuma música que se destaque muito acima de qualquer outra em Teenage Dreams, é a experimentação, composição e arranjos da dupla Native Soul que fazem do álbum uma primeira oferta forte que supera as expectativas da jovem dupla. Ao longo do álbum, cada música se desenvolve pacientemente – introduzindo sucessivamente vários instrumentos e elementos. Com cada camada adicionada, a emoção provocada no ouvinte é aprofundada. Desta forma, Teenage Dreams não é apenas um álbum dance, mas sim um álbum que entende o que pode ser ganho quando a maturidade artística encontra a experimentação.
Um vislumbre fantástico na cena musical sul-africana contemporânea!
Utilizamos uma classificação baseada nos padrões internacionais Goldmine e Record Collector Grading Systems. É o código universal para descrever precisamente a condição de um disco.
S • Sealed / Lacrado O disco e a capa estão novos e ainda lacrados.
N • New / Novo O disco e a capa estão novos, nunca tocados, porém não lacrados.
M • Mint / Estado de novo O disco está em estado novo, absolutamente perfeito. Capa e documentos adicionais como encarte, folheto ou cartaz estão em perfeitas condições.
NM • Near Mint / Quase Novo Descreve um disco quase novo, esta graduação é utilizada para discos que aparecem praticamente impecável, mas não perfeito. Uma marca superficial muito pequena pode aparecer no disco. No entanto, o disco deve tocar sem qualquer ruído sobre o defeito, a qual deve ser muito difícil de detectar. A capa fica perto de perfeita, nova, com apenas mínimos sinais de desgaste. Marcas menores na capa (devido à borda externa do disco que ficou dentro) ficam aceitável, porém a arte da capa deve ser tão perto da perfeição quanto possível.
EX • Excellent / Excelente O disco mostra alguns sinais de ter sido tocado, mas há muito pouca atenuação na qualidade do som. A capa e a embalagem pode ter um ligeiro desgaste mas um excelente aspecto geral.
VG+ • Very Good Plus / Muito Bom Plus A condição mais comum para os discos. O disco foi tocado algumas vezes, mas não exibe grande deterioração na qualidade do som, sem desgaste, apesar de leves e ocasionais marcas superficiais. A capa tem alguma imperfeição de manipulação como uso e desgaste normal, etiqueta de preço, marcas leve de vinco, … A capa também pode ser em perfeita condição, porem com um selo de DJ ou de cópia promocional, ou com um corte no canto.
VG • Very Good / Muito Bom Capa que sofreu de dobrar, deformação de lombada, descoloração... Agora os sinais da idade e manuseio estão começando a aparecer. Você pode notar algum desgaste na superfície, há algum ruído e estalos. O disco pode ficar levemente empenado. Na dúvida, caso não tem uma descrição clara da condição no qual se encontra o disco, pode ser bom perguntar mais detalhes ao vendedor.
VG- • Very Good Minus / Muito Bom Menos Os sinais da idade e manuseio estão muito presente. O disco apresenta desgaste na superfície, fica arranhado e toca com ruídos e estalos. O disco pode ficar levemente empenado e pode pular. Na dúvida, caso não tem uma descrição clara da condição no qual se encontra o disco, pode ser bom perguntar mais detalhes ao vendedor. Capa com muita marcas de idade e manuseio, deformação de lombada, descoloração...
G • Good / Bom O disco foi tocado tanto que a qualidade do som foi visivelmente deteriorado, ruídos permanente, distorção e arranhões. Pode pular em vários momentos. A capa e os conteúdos podem ser rasgado, manchado e/ou apagado, também pode haver alguma escrita nela.
B • Bad / Ruim O disco não toca corretamente devido a arranhões, ruídos ruims, pulos, etc ... A menos que seja algo muito raro não vale a pena escutar um disco nesta condição. A capa e os conteúdos são bastante danificados ou parcialmente ausentes.
NA • Not Applicable / Não Aplicável Não tem disco, esta faltando. Não tem capa e/ou o disco se encontra numa capa branca, sem informação nenhuma.
